MIGASA investe 10 milhões de euros na instalação de Lagar

Notícia de CM Monforte

Realizou-se no dia 5 de abril, a partir das 10.30h, no Auditório do CEFUS (Centro de Educação, Formação e Universidade Sénior), em Monforte, a sessão solene de assinatura do Protocolo entre a Câmara Municipal de Monforte e a empresa Migasa, representadas respetivamente pelo seu Presidente, Gonçalo Lagem, e pelo Administrador, António Gallego, pelo qual foram estabelecidas as condições para instalação, num terreno do município, de uma unidade industrial, através de empresa a sediar no Concelho de Monforte, que se dedicará à compra de azeitona e receção de bagaço proveniente de outros lagares da região.

O projeto, desenvolvido pelo grupo Migasa, envolve um investimento inicial de 10 milhões de euros e vai criar 20 postos de trabalho diretos e espera-se que a laboração plena do lagar se inicie a partir de outubro, na próxima campanha de produção de azeite, processando diariamente 300 toneladas de azeitona.

“A Migasa é uma das maiores empresas do Mundo no setor da produção de azeites e sabemos que é altamente responsável em termos ambientais”, afirmou Gonçalo Lagem.

“Este investimento que conseguimos captar para o nosso concelho”, continuou o autarca, “virá, com certeza, fomentar novos negócios que, consequentemente, se repercutirão em novas oportunidades de crescimento socioeconómico, gerando riqueza e criando postos de trabalho no concelho”.

Relativamente à instalação do lagar, o Presidente do Município quis realçar que se trata, afinal, de mais um resultado obtido a partir da estratégia que o seu Executivo tem vindo a incrementar para Monforte e que, esclareceu, “está assente em três pilares que considero fundamentais: investir em equipamentos com vista à melhoria do bem-estar e qualidade de vida das populações, reservar a memória coletiva e honrar os nossos antepassados e, finalmente, através de ações de ‘marketing’, afirmar o concelho de maneira a fixar pessoas e atrair investimentos”.

“Estamos muito satisfeitos por termos, mais uma vez, feito a diferença e conseguirmos dar mais um contributo para o crescimento do Concelho. Lado a lado com os munícipes e passo a passo, construiremos um Concelho melhor”, concluiu.

Discurso do Presidente do Município, proferido na sessão solene de assinatura do Protocolo:

A ação e objetivo de qualquer Autarca estão assentes em três pilares fundamentais: Investir em equipamentos com vista à melhoria do bem-estar e qualidade de vida das populações; Preservar a memória coletiva e honrar os nossos antepassados; e, finalmente, através de ações de marketing, afirmar o Concelho, para fixar pessoas e atrair investimentos. Isto de uma forma muito resumida e obviamente ajustada à dimensão e capacidade de cada Município.

Para atrair novos investidores, o sector público e o privado têm, mais do que nunca, que estar de mãos dadas, com vista ao combate das assimetrias destes territórios.

A escassez dos investimentos privados traduz-se na impotência do sector público, e a incapacidade do sector público resulta cada vez mais no desinteresse do privado. Quebrar este ciclo é urgente na região.

O que caracteriza um Concelho, ou uma região, a sua História e identidade, foram, são e serão sempre as pessoas, produto final de qualquer atividade, seja ela qual for.

A Comunidade do Concelho de Monforte, representada pelo seu Município, não abdica deste princípio. Acreditamos numa sociedade inclusiva, que envolva todos os seus atores, e, no que diz respeito ao desenvolvimento e crescimento económico, a Câmara, numa primeira instância, tem que estar preparada e apetrechada de respostas a investimentos que podem surgir, que vão surgir, que hoje surgiram.

Quando ouvimos falar em revisões do PDM, todos substimam, ninguém valoriza, ou dedica a verdadeira atenção. Não é politicamente interessante, não dá votos, como uma obra, com fachada e placa de inauguração. Podem acreditar que… essa não é a visão deste executivo. Se os votos nos dão vitórias nas eleições, também nos responsabilizam e comprometem com as populações.

Foi com este sentido de compromisso que, das primeiríssimas coisas a que dedicámos todo o nosso tempo, foi à definitiva e morosa (13 anos) revisão do PDM, sem a qual, hoje, não nos permitiria estar a assinar este protocolo e a receber este investimento.

Mais…! Sem a revisão do PDM, empresas importantes, como a Monforqueijo e a Herdade do Perdigão, teriam a sua atividade comprometida. Igualmente aconteceria com o Centro de Recuperação de Menores de Assumar e o seu tão digno e nobre papel na sociedade.

Foi também num cenário de grande constrangimento financeiro, em 2015, que adquirimos um terreno de 7ha nas imediações da Zona Industrial e que, hoje, é mais uma importante resposta para novos investimentos, na senda do que hoje acordamos. Acreditamos que através deste investimento, outros novos, rapidamente, poderão surgir. E nós temos onde os acolher. Quando todos os indicadores económicos nos diziam que tínhamos que vender Património…. nós comprámos.

O estímulo do sector público, neste caso do Município de Monforte ao funcionamento das empresas já instaladas, nas quais temos um orgulho enorme, e à atração de novas empresas e novos ramos de negócio privado, tem retorno assegurado. Pois estamos a aliviar o erário público no investimento e a assegurar dividendos futuros, seja por via da riqueza gerada, pelos postos de trabalho criados, ou na receita fiscal futuramente cobrada, capacitando de forma crescente este ciclo. Esta é a minha visão de gestão pública. Habilitar e tornar sustentável o que é de todos, vivendo em simbiose, com harmonia e equilíbrio, no respeito do que é privado.

Foi com estes argumentos que conseguimos fidelizar a Migasa, uma das maiores empresas do mundo na produção de azeites, que muito nos honra receber em Monforte.

O protocolo que hoje assinaremos, depois de ser presente e aprovado pelos órgãos competentes, Câmara Municipal e Assembleia Municipal, visa um conjunto de benefícios e obrigações, que passados sensivelmente três meses de contactos e conhecendo as pessoas envolvidas, tenho a certeza que serão honrados. Obriga a minha forma de ser e consciência referir sempre todos os funcionários do Município. O Engº José Maria Falcão que, pela amizade e amor à terra, me fez o favor pro bono de me assessorar neste processo e que fiz sempre questão de envolver, sendo um dos grandes agricultores e olivicultores deste País. E todas as pessoas que conheci, envolvidas nesta conquista. Rui Ramalhete, Joaquim Silva, Dr. Nuno Branco, José Maria Perez e claro o grande Timoneiro desta empresa, Dom António Gallego. Bem hajam e obrigado por acreditarem e apostarem no Concelho de Monforte.

Dom António Gallego: A partir de hoje, os vossos interesses são os nossos interesses e as vossas vitórias são as nossas vitórias. Desejo-vos as maiores felicidades e os maiores êxitos neste grande desafio e, ao contrário do que possam pensar, a nossa parceria não termina hoje com a assinatura do documento. Asseguro-vos que a nossa parceria tem precisamente hoje o seu início.

Entendo este investimento como uma grande oportunidade para o Concelho e para a região.

Além de aumentar seguramente os negócios existentes, será catalizador de novas oportunidades, novas áreas a explorar e motivador de mais investimento. Irá dinamizar o nosso comércio, oficinas, combustíveis, habitação e dormidas. Irá valorizar o que temos e o que somos. O Hotel Municipal, há 4 anos encerrado, por falta de requalificação, tem agora uma excelente possibilidade de ser revitalizado e finalmente gerou interesse de investidores, passadas cinco tentativas de venda em hasta pública, que resultaram vazias.

Faz sentido e é oportuno. Estamos a falar numa região marcadamente agrícola, com agricultura de excelência e agricultores competentes, na transformação de um recurso por nós produzido e que também vamos ser nós e aqui a transformar. Falamos na otimização da rentabilidade dos nossos recursos endógenos e vocação natural. Oportuno, porque é quase exponencial o consumo de azeite no mundo, comprovadamente benéfico para a saúde e que a plantação de novos olivais irá ser uma realidade num curto espaço de tempo na região. Além da localização geoestratégica de Monforte e das suas acessibilidades.

Segundo os últimos registos do IEFP, de fevereiro de 2018, existem, no Concelho de Monforte, 222 desempregados. É para mim, enquanto presidente de Câmara, uma crueldade, e assumindo a responsabilidade que me é devida, saber que existem 222 pessoas que sofrem o flagelo de estar em casa, sem ordenado, na busca constante de um rumo profissional.

Pois bem, é com esta responsabilidade e com este conhecimento que passo a passo, trabalhamos, por forma a reduzir e, porque não, tentar eliminar esta crueldade e este flagelo. Estamos a construir o lar de Santo Aleixo, que visa a criação de 15 novos postos de trabalho. Com algumas indefinições, nomeadamente o grande atraso e a escassez de dotação no aviso de candidatura dos equipamentos sociais do portugal 2020, o investimento da Cercitop ainda não está abandonado e, a ocorrer, criará um significativo número de postos de trabalho. O Programa de regularização dos trabalhadores precários da Administração Local e Central também permitirá outra estabilidade e igualmente um acréscimo de emprego. Com este investimento da Migasa, são mais 20 postos de trabalho diretos que podemos equacionar. Porque acredito que, indiretamente, também iremos ter agradáveis surpresas.

Depositamos assim grande confiança neste investimento, que, a juntar aos outros referidos, contribuirão decisivamente para o nosso crescimento e para a nossa afirmação enquanto Concelho.

Sempre trabalhámos a planear… melhor que remediar é prevenir, e sendo conhecedores do impacto direto e indireto que este investimento pode vir a alcançar, fomos pro ativos e antecipámos diligências.

As primeiras pessoas a quem transmiti a notícia foi ao Prof. Albano, presidente do Instituto Politécnico de Portalegre, na medida em que um lagar moderno terá, com certeza, novas tecnologias, investigação e desenvolvimento. E quem melhor na nossa região para acompanhar de perto e por dentro este investimento? O IPP é uma instituição de ensino superior de excelência, que todos deveremos sentir como a “nossa” Instituição. E tenho a certeza que, pela prática da Migasa, por certo que terá as suas portas abertas, sendo do seu interesse e em conjunto procurar as melhores soluções, a maior e melhor sustentabilidade e a colheita de proveitos recíprocos. Partilhei igualmente com o Dr Joaquim Mourato, referência académica e humana do Concelho de Monforte e ex presidente do IPP.

Pela localização e trânsito inerente, partilhei igualmente com o Eng. Francisco Mendes Godinho, também ele Monfortense e alto responsável das Infraestruturas de Portugal, com vista a uma solução e agilização de novas alternativas de circulação rodoviária. E estamos a trabalhar nesse sentido, juntamente com a Delegação Regional na pessoa da Eng.ª Ana Paula Tavares.

Existe uma campanha publicitária de uma marca, em que diz que: “O Futuro é Agora”

Não poderia estar mais de acordo. Portanto, com os olhos postos no futuro, honremos todos, os que nos antecederam e todos aqueles que fizeram, fazem e farão parte integrante deste projeto histórico para Monforte, o seu Concelho e as suas gentes.

Obrigado a todos.

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